sexta-feira, 16 de janeiro de 2015

a entrevista

Ao final de de Novembro de 2014, a Sony foi vítima de uma ataque que hacker que resultou no vazamento de diversas informações privadas da empresa. Não só resultou em um constragimento para a Sony, como um prejuízo estimado de quase 100 milhões de dólares. O motivo por trás de tudo isso parecia ser o filme A entrevista (2014), estrelado por Seth Rogen e James franco. O motivo seria o retrato no filme do ditador da Coreia do Norte Kin Jon Un. Alguns dias antes do lançamento americano a Sony recuou devido a ameaças terroristas e deposi voltou atrás, lançando o filme pelo youtube e em alguns cinemas menores. Nenhum incidente foi relatado mas até o presidente Barack Obama chegou a se declarar sobre a questão.

Tendo assistido o filme na noite passada, é assustador pensar que quase se desencadeou uma guerra por um filme tão meia boca.

A película também é a estreia na direção da dupla de roteiristas Seth Rogen e Evan Goldeberg, responsáveis pelo excepcional Superbad (2010).  Mas apesar da produção caprichada a dupla nãos consegue parecer entender, pelo menos do ponto de vista da direção, como fazer um filme engraçado. O resultado é um filme vazio e apático no qual o espectador não consegue se envolver.

O plot gira em torno do apresentador de talk show Skylar, uma espécie de Geraldo genérico vivido por James Franco, e seu melhor amigo e produtor, interpretado por Seth Rogen. Cansados de serem vistos apenas como apresentadores de futilidades os dois resolvem entrevistar o ditador da Coréia do Norte Kin Jo Un depois de descobrir que o mesmo é um grande fã do programa. O problema é que ambos são recrutados para assassina-lo pela CIA.

Partindo de uma premissa já pouco interessante a dupla de diretores pouco ajuda em torna-la palatável ou plausível apelando para um humor adolescente que não se encaixa na trama proposta. Nada contra o humor adolescente, principalmente quando os dois o fizeram tão bem em Superbad. Mas aqui soa fora de contexto e não tem graça nenhuma.

A dupla de protagonistas é um problema a parte. Franco parece estar se divertindo horrores com seu Skylar mas é uma pena que o espectador não compartilhe da alegria. Seth Rogen repete seu típico personagem "travado que vai se soltando aos poucos". Tentam repetir a dinâmica do mais bem sucedido ( e engraçado) "segurando as pontas".

O que salva o filme do fracasso total é a performance de Randall Park como o ditador da Coreia do Norte. O ator encontra o tom perfeito para viver seu Kin Jo Une captura a plateia em todos os momentos que está em cena. Nem ele é capaz de salvar o filme do tédio que proporciona mas é um tanto irônico que seja em torno dele toda a polêmica. Afinal seu pai foi retratado de forma muito pior pelos criadores de South Park em "Team America"

Até porque comêdia "A entrevista" passa longe de ser um filme ofensivo. Em tempos de massacre ao Charles Hebbo um filme fraco como este causar tanta polêmica é uma verdadeira vergonha.