quinta-feira, 22 de agosto de 2013
Crítica: Man Of Steel
O bom de "dar um tempo" e escrever sobre um filme mais de um mês depois de seu lançamento é poder refletir e digerir tudo com mais cuidado, ponderação e menos empolgação precipitada. Infelizmente hoje em dia a empolgação por um filme parece durar somente até algumas horas depois da sessão. Mas posso dizer que man of steel é até agora um dos poucos filmes que me acompanharam até depois da sessão.
Como é meu costume não vou perder tempo precioso descrevendo a trama. Se vc não viu o filme até agora a internet está cheia de resumos. Parto do princípio que o leitor viu o filme e sabe o que acontece.
Como diretor Zack Snyder lembra muito o desenhista de quadrinhos Jim Lee, do qual diz ter se baseado na construção visual de seu superman. Muito cuidado na construção do visual e pouco densidade drmática, pouca substância. Foi isso que fez sua adaptação para as telas de Watchmen ser um pires raso em comparação a obra original. Em O Homem de Aço no entanto, isso se torna uma qualidade já que o personagem desde os quadrinhos pede por uma revolução visual. E parece que a presença de Cristhopher Nolan na produção e roteiro foi suficiente para suprir as deficiências de Snyder.
Comparações são inévitaveis mas o filme é sucessor digno do original de 1978 (que me perdoem os chítas, já se encontra datado). Comparar Harry Calvin com Cristhopher Reeve é desonesto porque um já faz parte do DNA do cinema pop. Além disso, os dois interpretam versões bem diferentes do mesmo personagem.
O mair problema do filme talvez seja uma falta de originalidade (não de criatividade). Apesar do filme querer romper com as versões anteriores, a história ainda aposta em antagonistas eternizados no segundo filme, o que o faz parecer um remake do primeiro e segundo filme juntos. Mesmo assim as mudanças são muitas e bem vindas. Desde a edição com o uso de flashbacks e o uso de uma atmosfera mais realista até uma excelente reinterpretação da forma como o mundo veria o Superman. As mudanças no personagem principal são as mais bem vindas, que aqui perde seu tom de escoteiro para ganhar um atitude mais introvertida e ao mesmo tempo mais agressiva. Harry calvin dá ao personagem um tom de imponência sem arrogância, ao mesmo temo que nunca deixa o público perder de vista quão poderoso o personagem é o quanto isso representa uma ameaça para as instituições humanas.
"O legado das estrelas" e "superman -all star", classícos modernos do heróis tem diálogos literalmente inseridos dentro do filme. No entanto, é clara a influencia de Poder Supremo, a história do superman que não é do superman, criada por J. Michael Straczynski e Gary Frank e editada pela Marvel Comics.
Alías, uma das coisas que mais me agradou no filme foi que pela primeira vez podemos imaginar como seria um pessoa tão poderosa interagindo com pessoas comuns. Nos filmes antigos o personagem parece inofensivo ao lado de pessoas comuns. O Superman de Hery Calvin parece deixar o espectador sempre ciente que ele é capaz de destruir um tanque com as mãos, mesmo que os outros personagens não percebam isso. O que fica bastante claro na cena no interrogatório do pentágono quando ele se mostra irredutivel, ainda que não uma ameaça, ao poder dos homens comuns (uma parábola da reação dos homens comuns aos poderes divinos de Jesus).
Com uma escalação de elenco sensacional que inclui Russel Crown e Kevin Coster como os pais, respectivamente, verdadeiro e adotivo, do superman e Michael Shannon como o primeiro vilão tridimensional da franquia. Os efeitos visuais são, como o esperado, de encher os olhos, apesar de vez ou outra os efeitos digitais ficarem evidentes demais. E as cenas de ação fazem jus ao que os fãs esperavam de um filme do Superman (apesar de terem sido criticadas por algumas pessoas que esqueceram se tratar de um filme). O novo tema do herós, criado por hans Zimmer, também é um achado.
No fim, o único defeito realmente significativo do filme é o ritmo acelerado demais da narrativa e a ênfase da montagem nas cenas de ação. Depois da metade o filme para de desenvolver os persoanagens e se concentra nas cenas de ação. O filme se beneficiaria muito de mais vinte minutos de desenvolvimento de personagem e esse mesmo tempo a menos de cenas de ação. Pelo visto Snyder ainda não aprendeu que a forma não significa nada sem o conteúdo, mas felizmente está melhorando. Resta torcer para que haja tempo para desenvolver os personagens no já anunciado Superman X Batman. Eu estarei aguardando.
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